Como vimos nas postagens anteriores, a bilirrubina, até agora, atua mais como um sinalizador do que como uma molécula que possui alguma função fisiológica no corpo. Entretanto, ela atua no sistema digestório, fazendo parte da bili, excretada pelo fígado e armazenada pela vesícula biliar. Explicaremos mais esse processo.
A bilirrubina é uma molécula apolar, lipofílica e insolúvel no plasma sanguíneo, também chamada bilirrubina livre. Consiste em um tetrapirrol linear formado por dois dipirrometenos assimétricos conectados por uma ponte de metileno. Cada grupo dipirrólico possui uma cadeia lateral carboxietil, que atua na polaridade, solubilidade e ionização deste pigmento; no entanto, como possui uma forma totalmente protonada, as ligações de hidrogênio estabilizam a molécula em uma conformação rígida que se assemelha a um livro dobrado, onde cada dipirrometeno constitui uma folha do livro. Logo após sua formação se liga a albumina e é carreada até o fígado,onde ocorrerá sua conjugação com o ácido glicurônico. A bilirrubina conjugada é uma molécula polar, solúvel nos líquidos corporais e hidrofílica.
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| Bilirrubina livre |
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| Bilirrubina conjugada |
Após essa etapa de conjugação da bilirrubina, ela entra no hepatócito por difusão facilitada, ligando-se à ligandina, uma grande proteína citosólica que tem tanto função de transporte quanto de detoxificação, aumentando a sua solubilidade no citosol. Já dentro do citoplasma, essa molécula passa ainda por uma cadeia de reações até sair dos hepatócitos para os canalículos biliares por transporte ativo primário, entra no ducto biliar e é armazenada na vesícula biliar (bile), para posterior excreção no duodeno. A bilirrubina conjugada é o principal componente da bile.
A Bile é armazenada na vesícula biliar. Quando o quimo chega ao duodeno um hormônio chamado
colecistocinina estimula a vesícula a se contrair, liberando a bile
pelo canal colédoco. A Bile age na emulsão da gordura, em poucas
palavras, prepara a gordura para ser digerida mais facilmente pela
lipase transformando gotas de gordura presente do quimo em gotículas de
gordura. Porém , ao contrário do que muitos pensam, a bile não possui
enzimas, mas sim sais biliares que são como detergentes no processo
digestivo.
Uma parte da bilirrubina presente na bili vai ser transformada em urobilinogênio, mas isso ja é outra postagem...
fontes:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAj9QAD/dosagem-bilirrubina
http://gabrielrbrunoabioifes.wordpress.com/2011/02/13/funcao-da-bile/
http://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/heme_luciele.pdf
Interessante essa questão de sair do âmbito das patologias e entrar na atuação fisiológica em si da bilirrubina. Uma de suas principais funções, senão a principal, é justamente a de agir na emulsão da gordura. Ao chegar no intestino, ela emulsiona as gorduras fazendo com que o pequeno tamanho das partículas lipídicas formadas aumente a área superficial exposta à ação da lipase pancreática. Assim, a bilirrubina se torna de extrema importância para nossa digestão.
ResponderExcluirÉ importante notas que a emulsificação das gorduras é um processo importante haja visto o caráter hidrossoluvel das enzimas em suas formas nativas, não podendo atuar em grande aglomerados de gorduras
ResponderExcluirA bilirrubina além de importante componente da bili na emulsificação de gorduras no intestino é também indicador de mal funcionamento do fígado ou de problemas com as hemácias. O fígado pode ser comprometido por vários fatores que alteram seu funcionamento e podem até causar morte de suas células ou conversão delas em reserva de gordura (esteatose hepática). Com isso ele passa a processar com dificuldade menos bilirrubina e a concentração desta aumenta no sangue, podendo ser evidenciadas externamente pelo amarelamento de mucosas (icterícia). Esse amarelamento pode ser percebido na esclerótica do olho que fica amarela.
ResponderExcluirA bile tem três componentes básicos: bilirrubina, sais biliares e colesterol. A bilirrubina é um pigmento derivado da destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, efetuada no baço. A bilirrubina é levada, através da circulação, para o fígado, que a elimina pelos canais biliares, como dito na postagem. É a bilirrubina a responsável pela cor da bile. Parte da bilirrubina é elimada na urina, mas em quantidade não detectável em exames urinários. Porém, quando ocorre icterícia devido à doença obstrutiva das vias biliares ou doença hepática, a bilirrubina direta entra na corrente sanguínea, onde é filtrada pelos rins e excretada na urina. Assim, um aumento do nível de bilirrubina direta na urina é um indicativo de algum tipo de problema hepático ou obstrutivo.
ResponderExcluirA bile pode precipitar dentro da vesícula biliar, formando cálculos que são comumente chamados de "pedras", que podem ser formado de colesterol, sais de cálcio ou por uma mistura destes. Esses cálculos podem obstruir a passagem da bile para o duodeno, dificultando a digestão de gorduras e causando desconfortos como dores abdominais. Alguns pacientes desenvolvem uma intolerância a alimentos gordurosos, isso acontece porque, ao chegar ao duodeno, a gordura estimula a contração da vesícula, o que provoca mal-estar, dor localizada no lado direito do abdômen, dor de cabeça, distensão abdominal.
ResponderExcluirPrincipalmente para os alunos recém-saídos do ensino médio, temos a impressão de que a bile funciona unicamente para a emulsificação dos lipídeos vindos da alimentação. Entretanto, e importante notar também que a bife é responsável pela eliminação de certos produtos residuais do corpo (particularmente a hemoglobina dos glóbulos vermelhos destruídos e o excesso de colesterol). Além disso, os fármacos e outros produtos residuais são excretados pela bile e, mais tarde, são eliminados do organismo. É importante sempre ressaltar essas outras importâncias que não sejam a "principal" dessa molécula.
ResponderExcluirInteressante a relação entre a ingestão de gorduras e a cirurgia de retirada da vesícula biliar. Diferente do que muitos pensam, a vesícula biliar apenas armazena a bile, ajudando a digerir e transferências de gordura do intestino para o corpo,como dito na postagem. Uma vez que a vesícula biliar é removida, bile vai direto para o intestino para desempenhar a sua função. Cirurgia de vesícula biliar é realizada através de um procedimento médico chamado de uma Colecistectomia laparoscópica. Uma dieta com pouco teor de gordura após a cirurgia de vesícula biliar é crucial para a recuperação, entretanto algumas pessoas não são mais capazes de comer certos tipos de alimentos (mais gordurosos), sem apresentar quadro de diarreia, o que demonstra que, mesmo dispensável, a vesícula biliar é importante para se ter uma vida normal.
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