sábado, 28 de junho de 2014

A cor que vem da Bilirrubina.

A bilirrubina como já foi visto, é excretada na forma conjugada pelo figado nos canais biliares, indo para a luz do intestino. No íleo e intestino grosso, os glicuronatos (moléculas que são ligadas à bilirrubina para formar a bilirrubina conjugada ou direta) são removidos por enzimas bacterianas (b-glicuronidases), resultando os urobilinogênios, que são incolores. Estes são oxidados a compostos corados, as urobilinas ou estercobilinas, pigmentos alaranjados que dão cor às fezes

Aspecto alaranjado das fezes devido à presença de estercobilinas


Parte da urobilina é reabsorvida pelo intestino, e através da circulação porta hepática (sangue venoso que provem do sistema digestivo e "irriga" com sangue venoso o figado) é absorvido novamente e excretado pela bili. Parte dessa urobilina que é absorvida pelo intestino não volta para os hepatócitos, mas é excretada pelos rins na urina, conferindo a ela uma cor amarelada.

Aspecto amarelo da urina devido à presença de urobilinas

A coloração da urina pode variar, entretanto, entre tons de amarelo para transparente, dependendo do grau de hidratação do individuo. As mudanças na cor da urina e das fezes indica a grande concentração ou ausência desses derivados da bilirrubina,  indicando problemas no caminho da bilirrubina pelo organismo.


fontes:
http://www.doencasdofigado.com.br/fisiologia%20hepatica.pdf
http://www.culturamix.com/cultura/curiosidades/por-que-a-urina-e-amarela
http://anatpat.unicamp.br/tabilirrubina.html

7 comentários:

  1. A partir desses conhecimentos sobre as características dadas pela bilirrubina, é fácil observar sintomas de doenças que alteram ou bloqueiam seu caminho no corpo; um exemplo bem simples é a alteração da cor das fezes e/ou da urina, que, normalmente, significam que algo (possivelmente um cálculo) bloqueia completa ou parcialmente, dependendo da gravidade do sintoma, os ductos biliares, constituindo, assim, uma ferramenta prática de identificação dessas patologias.

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  2. Os distúrbios que alteram a capacidade de depuração do fígado estão ligados à captação e/ou conjugação hepática. Os aumentos de bilirrubina indireta não levam ao aumento da bilirrubina na urina. Os níveis séricos da bilirrubina direta são determinados pela capacidade de excreção da bilirrubina pelo fígado, ou seja, pela integridade fisiológica do hepatócito e da permeabilidade das vias biliares intra- e extra-hepáticas. Patologias que alterem essas funções cursam com aumento da bilirrubina direta, e muitas vezes da bilirrubina indireta, e com a presença de bilirrubina na urina.

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  3. Interessante o fato de a relação entre a quantidade de bilirrubina e a coloração das fezes e da urina ser capaz de indicar doenças. Em uma obstrução biliar, por exemplo, apenas uma pequena quantidade de bilirrubina conjugada alcança intestino para a conversão a urobilinogênio. Com essa baixa quantidade de urobilinogênio disponível para reabsorção e excreção, a quantidade de urobilina encontrada na urina é baixa. Assim, altas concentrações, no fígado, de bilirrubina conjugada, que é solúvel, entram na circulação, de onde são excretadas através dos rins. Esses mecanismos são responsáveis pela urina escura e fezes claras, que indicam uma obstrução biliar.

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  4. A cor das fezes e da urina, como disse as postagens e os comentários anteriores, são indicativas de várias doenças, principalmente as hepáticas. Entretanto, nem sempre a visível alteração de cor daquilo que o corpo humano excreta realmente vai levar a um diagnóstico de disfunção hepática. Por exemplo, muitas drogas e alguns corantes utilizados em alimentos que são liberados com a urina podem provocar a mudança de cor. Dessa forma, deve-se ter cuidado na ingestão de certos alimentos ou uso de medicamentos que podem resultar nesse “falso sintoma”. Crianças, principalmente, são o grupo que mais estão suscetíveis, já que ultimamente o consumo por parte destas de alimentos coloridos artificialmente tem aumentado. Devemos ter cuidado com esses fatores, para que não corramos o risco de cogitar uma hiperbilirrubinemia ou uma patologia no fígado.

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  5. Às vezes somos induzidos a não dar importância às nossas fezes e à nossa urina, pois temos a ideia de que tudo que eliminamos ali é o que não foi aproveitado pelo organismo, logo é o lixo do corpo. Mas é importante sabermos também que as características das fezes e da urina nos dizem muito sobre o funcionamento do nosso organismo e da nossa circulação sanguínea, como exposto nas postagens desse blog e nos comentários. Nesse sentido, há a necessidade de educação para informar as pessoas sobre tal observação no sentido de que possam informar melhor os sintomas de determinadas doenças relacionadas à alteração da cor das fezes e da urina na hora de consultar o médico, facilitando o diagnóstico por parte do profissional médico.

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  6. A coloração das fezes e da urina pode ser um indicativo importante no diagnostico de doenças. O fígado exerce papel importante na secreção da bilirrubina, já que sua forma não conjugada ou indireta é pouco solúvel em água. A bilirrubina não conjugada é captada pelos hepatócitos, que adicionam duas moléculas de ácido glicurônico à bilirrubina por molécula, tornando-a hidrossolúvel. Vale ressaltar que a secreção da bilirrubina pelos hepatócitos se dá por processo ativo com gasto de energia. A conjugação da bilirrubina pode continuar, mesmo que sua excreção não. Nesse caso, o excesso dela vai para a circulação, sendo esse processo chamado de regurgitação.

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  7. Existem vários fatores que são capazes de alterar a cor das fezes e da urina humana como infecções por microrganismos, câncer de cólon ou de bexiga, diabetes, além da ingestão de determinados medicamentos e alimentos, por isso é preciso de um estudo minucioso de cada caso e do acompanhamento de um especialista antes de chegarmos a uma conclusão precipitada ao analisarmos determinado paciente. Mais interessante é entender o porquê de tal variação da cor, que no caos da bilirrubina é devido às urobilinas. Importante lembrar também que para a identificação de problemas desse tipo também deve-se levar em conta aspectos como o odor e o ph das fezes e urinas.

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